quarta-feira

Por acaso, nada...

Acho que começo, realmente, a retomar esse caminho, o da escrita, por ser ele, antes de tudo, solitário, muitas vezes infeliz e ingrato. O que, talvez, nos reconforte, seja a indentificação do leitor com esse nosso sofrimento. Ou seja, vamos escutar juntos Maria Bethânia, tomar uma boa cachaça e sofrer de amor.... A literatura, talvez, seja uma tentativa de compaixão, de desabafo e uma pena si mesmo. Bom, algo digno de pena, mas, nem por issso, menos bonito, menos legítimo, menos verdadeiro. É um pedido de ajuda... É um estou com medo... Mas, antes de qualquer coisa, reconhecer essa fragilidade e se mostrar combatível, também reflete um modo de não querer morrer, uma resitência, é assim que me sinto. Ao passado que tentou se presentificar, solenemente, adeus!!!

terça-feira

Ciúme não é amor!


Eu estou puto contigo! O seu ciúme e infantilidade têm o condão de estragar tudo o que toca. Você se faz de vítima para que todos façam as suas vontades, soltando notinhas, fazendo caras feias, chorando e envenenando a conduta dos outros. Não assume suas responsabilidades e transfere para os outros os deveres da sua felicidade. Você quer gozar com o "pau dos outros". Sinceramente, esperava mais de uma pessoa, contraditoriamente, tão defensora dos amigos. A cada dia que passa, vejo que você quer somente sugar a nossa energia para se manter com poder. Essa sua cabeça desocupada é um veneno para você e para quem está perto. É isso o que você é: uma vampira, um parasita! Acho que ainda está em tempo de mudar. Não tenho a menor dúvida que você pode ser muito mais do que isso. Que você pode ser motivo de orgulho para muita gente, principalmente para você mesma. Estou escrevendo isso porque não quero ouvir mais nada sobre esse assunto. Cansei, cheguei ao meu limite. O você conseguiu o seu objetivo: quando eventualmente você não perde algo que gosta, você liga o mecanismo de boicote pessoal e afasta aquilo de você para você se lamentar e querer que as pessoas gostem de você por pena. Isso tudo é vil e tacanho. Espero que você leia este texto e tome coragem de se olhar melhor e procurar uma boa terapia. Falo todas essas duras palavras porque ainda amo você, mas, meu pescoço você não morde nem suga mais!
Bjus

segunda-feira

Conversa avinagrada


Em algumas cidades do interior por onde eu já estive, certas frases são bastante comuns e engraçadas. Algumas pessoas têm o costume de falar o seguinte, quando encontram com uma pessoa conhecida que não vêem há algum tempo: Vixe, mas tá é gorda! Tá é bonita! A gordura é um sinal de beleza. Nas cidades mais civilizadas um comentário desses pode ser bastante ofensivo e gerar alguma confusão. Entendo o quanto pode ser incoveniente, mas, é algo tão prosaico que deve ser relevado, porque, em verdade o que está acontecendo é um elogio bastante verdadeiro. A cultura, tanto no interior quanto nas cidades desenvolvidas é algo bastante interessante de se observar. Entretanto, algumas coisas da cultura civilizada me dão um certo desconforto e é sobre isso que quero escrever em verdade. A cultura oral de discussão sobre vinhos me incomoda um pouco. Algumas pessoas lêem almanaques e ficam arrotando cultura e conhecimento, achando que são Renato Machado. Fica parecendo a explicação de uma piada ou de uma poesia por quem não sabe contar a piada, tampouco explicá-la. Nestes casos, para mim, perde-se completamente o encanto. Sinceramente, notas amadeiradas interessam às minhas papilas gustativas, não ao meu aparelho auditivo. Pretensão ao falar disso, como se o tornasse alguém mais civilizado ou inteligente, corresponde a uma grosseria sem tamanho. Naturalidade em falar sobre a vida e seus prazeres, dentre eles o de se beber um vinho, deixam esse processo social mais real e saboroso. Esse conselho é bastante grosseiro, mas: enochatos tomem vinho pelas orelhas e me deixem degustar o meu Sangue de Boi silenciosamente.
Bjus
Foto: Garrafa do vinho Sangue de Boi, motivo de chacota por ser um produto popular, basante barato e de qualidade duvidosa, mas, que faz a felicidade de muita gente com pouca grana.

quinta-feira

Voltei, foi a saudade que me trouxe pelo braço...*.


Depois de um tempo de molho, escrevendo apenas coisas relacionadas ao trabalho, deu aquela vontade de escrever sobre as coisas que se escreve em blog. Há duas semanas ensaiava um retorno, o qual somente fora possível agora. Essas linhas são um espaço infinito (?!) e tão intenso que você fica sem ter o que escrever, por onde começar, mesmo se tratando apenas de um retorno. Mas, deve ser como andar de bicleta: nunca se esquece! Talvez eu leve algumas quedas, mas, vou conseguir novamente. Põe meia dúzia de brahma prá gelar**, mas, pode ser skol também, que eu tô voltando***.
Bjus
Foto encontrada no endereço:
http://www.incrivel.blogger.com.br/gira-mundo2.jpg
Citações:
*: Voltei Recife, Luiz Bandeira
** e ***: Tô Voltando, Paulo César Pinheiro e Maurício Tapajós

Camomila


Não tenho mais paciência para mediocridades! Acredito que ser medíocre está intimamente ligado ao egoísmo. O fato de você não olhar a vida com outros olhos talvez deixe você mais pobre e, portanto, apegado demais ao pouco que tem. Lamento profudamente, mas, acho que há tempo para mudar. Pensa mais no outro para ver onde você realmente está.
Bjus sem paciência!

sexta-feira

Cuidado


Hoje acordei pensando que, às vezes, a terapia faz de você um covarde, sob a suposta alegação de que você pode fazer escolhas melhores e menos sofridas. Cuidado, você precisa apenas fazer escolhas conscientes. Caso elas não sejam as melhores ou as menos sofridas, que você tenha plena ciência do que escolheu. Cuidado para não se tornar um insensível à vida, principalmente à sua. Não coloque no mesmo lugar, as dificuldades da vida com os atropelos provocados pela sua imprudência, negligência ou imperícia. Cuidado para não fazer as coisas da sua vida sem pensar! Digo tudo isso por um motivo: é bom ter consciência do que se faz e não carregar culpa na mesma consciência. Essa culpa corrói lentamente a sua paz. Cuidado para não viver apenas de impulsos. Pense, reflita, não tenha pressa, mas, acima de tudo, não se acomode, confundindo esse tempo com inoperância, deixando, assim de viver.
Bjus
Imagem encontrada no endereço http://www.laborenet.com.br/duvidas1.html

quinta-feira

Mais natural


Ficar bem em uma foto, não faz de você uma pessoa bonita, tampouco interessante. Seus arquivos de memória e emocionais, devidamente organizados, constituem algo mais atraente, até novas poses, quem sabe mais originais, portanto, interessantes. Seu sorriso verdadeiro preenche mais o "retrato". A sua visão do mundo é um cenário único e deve ser observado com mais afinco. A reprodução de comportamento vulgariza a existência e isso é muito pobre. Portanto, repetir fórmulas o conduz ao mesmo patamar da adestração de um papagaio ou qualquer outro animal. Conclusão possível: dá um tempo para você se observar melhor! Sou chato, sou exigente: espero mais de você!
Bjus
Imagem da atriz, modelo, empresária, milionária, ex-presidiária, celebridade e natural Paris Hilton, encontrada no endereço http://www.web-l.com/paris-hilton-bikini/paris-hilton-bikini-blue-at-2003-MTV-Movie-Awards

quarta-feira

O ser humano precisa de carinho, não de verdades!


Chega de patrulhamento, chega de imposições. Não quero sufocar ninguém e tampouco ser sufocado. Liberdade!

Jeito Cativo
Tu tem gosto de mel que combina comigo
Tem tudo que é preciso para se amar
Esse meu amor que combinou contigo
Esse teu jeito cativo fez eu te encontrar
Eu vou te dar amor
E tu me dá carinho
Que eu te dou razão pra tu poder gostar
Desse meu amor que combinou contigo
Tem tudo que é preciso para se amar
Eu vou gritar pro mundo inteiro
Que eu te encontrei
Com esse amor tão verdadeiro
Te procurei
E no delírio desse amor
Eu te encontrava e você me desejava
Foi o que eu sonhei
Letra da música Jeito Cativo, interpretada por Margareth Menezes.

Foto: yahoo imagens
Bjus

quinta-feira

Ele não passa, mas, na verdade, passa!


Tenho estado sem tempo, mas, com vontade de escrever por aqui. Daqui a pouco eu volto, estou com saudades.
Bjus












Imagem: encontrada no endereço http://spaces.msn.com/members/clawpazza

terça-feira

Questões


Você tem um amigo ou amiga há mais ou menos 15 ou 20 anos. Vocês passaram bons momentos, maus bocados, muitas alegrias, muitas tristezas, várias descobertas, etc... Bom, certo dia esta pessoa com quem você convive fraternalmente faz uma coisa que você não gosta e que lhe deixa muito aborrecido. Pense na primeira resposta que vier à sua cabeça e responda para você mesmo, sem relativizar ou refletir: independente da pessoa se arrepender, você é capaz de perdoar? Aliás, mais que isso, qual a sua capacidade de perdoar, como você trata dessas coisas em sua cabeça, o quanto o passado ainda o deixa infeliz e amargurado, cheio de pensamentos ruins? Algumas pessoas colocam todo o seu afeto em animais, pois, na maioria das vezes, não se decepcionam com eles. Não que os animais não mereçam afeto, mas, às vezes acho que estamos cada vez mais sendo impacientes com os outros e com as diferenças. Para ser amigo, não existe fórmula, concordâncias necessárias ou tempo.
Pensem um pouco sobre isso.
Bjus a todos os meus amigos.
Imagem: http://www.kidlink.org/portuguese/waila/amigo1.html

sexta-feira

Atrás do papa-móvel, só não vai que é ateu!


Os católicos estão em festa com a vinda de Joseph Ratzinger ao Brasil. Permitam-me tecer alguns comentários:
Primeiro lembrar que os dogmas são pontos fundamentais de uma doutrina religiosa, apresentados como certos e indiscutíveis, cuja verdade espera-se que as pessoas aceitem sem questionar, segundo o Houaiss. Em assim sendo, não há muito sentido em se questionar os dogmas existentes hoje na igreja católica como, por exemplo, o direito à vida, a existência de Deus... O dogma está diretamente ligado à fé e ponto! Não há que se questionar, aceita-se ou não. Em muitas religiões é assim. Na Índia, não se come carne de vaca, pois é um animal sagrado segundo seus preceitos. A escolha é sua em comer ou não aquela carne "sagrada". A Igreja Católica é contra o aborto, eu não. É contra o uso do preservativo, eu não. Acredito que seja melhor procurar outra religião ou criar uma nova que se adapte aos meus entendimentos. Na verdade, não é essa minha intenção. Minha fé, independe de religião e não espero que os católicos mudem seus dogmas para que eu fique mais confortável. Acredito, pela fé, em Deus e isso é suficiente e importante para mim. O que quero registrar aqui é que discordo de alguns posicionamentos propagados pelos representantes católicos, mas, defendo o direito deles serem e acreditarem no que são.
Tentando ver outro ponto de vista, é imperativo que as questões de ordem pública, como a saúde, no caso do uso dos preservativos têm que ser revistas pelo governo, que agora se anuncia laico. Já que a igreja desaprova o uso da camisinha, que lute e se posicione pela quebra da patente dos medicamentos anti-aids. Caso contrário serei obrigado a entrar na neurose da "teoria da conspiração". Ou seja, acreditar que a igreja católica quer que as pessoas continuem doentes esperando um milagre para cura. Enquanto os milagres não acontecem, teremos que continuar gastando dinheiro com as indústrias farmacêuticas. Conclusão neurótica, a Igreja defende os interesses da indústria. Enquanto existe doença e miséria a fé fica mais próxima, reduzindo tudo a um ciclo vicioso.Em verdade, todas as palavras acima expostas, revelam a esperança de que vocês tenham suas crenças, mas, sejam críticos sempre.
Para os que aceitam os dogmas católicos e estão felizes com a canonização e a presença do ilustre representante "divino", peguem os seus terços, os seus abadás com a foto do Santo Galvão, vão atrás do papa-móvel e esperem Bento gritar: "Tchira o pé do chão!
Bjus
Foto: Papa Bento XVI, encontrada no yahoo imagens.

terça-feira

Parece


Há dias adio escrever! Pareço sem vontade, sem desejo, sem ter o que aqui traçar. Mas, hoje, parece que deu uma vontade daquelas como uma coceira boa, onde você vê a sua pele ficar bem irritada, mas, é bom que só e você não consegue parar. Assim, estou sem saber onde chegar, mas, com vontade de escrever sem rumo mesmo, errante, tranquilo, observando o que sinto e o que se passa. Acho que, em verdade, começo a terminar um ciclo. A sensação de vários deveres cumpridos, de muitos caminhos encontrados, de novas dificuldades, de coisas boas, de novas neuroses, de muito bom humor, de maturidade, de confiança, de auto-estima renovada, de orgulho, de inveja, de soberba, de luxúria e de gula. Alguns desses pecados foram vividos, outros foram lidos através da coleção Sete Pecados. Toda essa ventania de possibilidades foi fantástica e parece que sem sentido algum. Apenas parece! Tudo foi muito intensamente vivido e experienciado. Pronto para novos desafios, o mundo hoje parece ser pequeno e possível. Estou nele, quero fazer muito, quero estar muito, quero muito... As três na foto foram extremamente importantes para mim durante essa experiência, aliás, muitas pessoas foram, mas só tenho essa foto para ilustrar. Utilizei várias vezes a palavra parece neste texto e ela não aparece por acaso. Parece aparecer sem sentido, parece...
Bjus
Foto: Gi, Thais, eu e Telminha.

domingo

Páscoa


Não sei se a palavra mais apropriada para como estou me sentindo é intenso, mas, no mínimo, não estou cabendo em meus pensamentos. Sabe quando você acha que o passado é mais seguro que os incertos desafios que se presentificam? Daqui a dois minutos você quer que o passado fique no lugar dele e quer mais é se atirar em desafios! Mais dois minutos e a única certeza é a dúvida! O resultado desse processo quase dialético é desconfortante e ansioso, não me deixando quase terminar esse texto pelas idas à geladeira: ainda estou tentando me contentar com água, não sei até onde resisto... Acho que vou procurar a felicidade no restante da torta de chocolate que sobrou do aniversário da Maga. Acho que me falta o embalo de um brega...
Foto: encontrada no endereço
http://www.pontokent.com.br/receitas/receitas.php?n=2

sábado

Onde?


Eu sei que você não tem o dom da premonição e, mesmo que tivesse, não teria nenhuma obrigação de atender aos meus desejos. Mas, há dias que não vejo você. Dá um aperto no coração e uma certa melancolia. Não posso cobrar nada, pois sei das nossas liberdades, além do que, acho cobrança algo muito chato. Por isso, nessas tortuosas e cobrantes linhas, estou enrolando para pedir que você apareça, para que eu possa, ao longe, continuar paquerando.
Foto: encontrada no endereço
http://www.timelei.com/archives/000043.php

segunda-feira

Palmadinha


Continuo apaixonado pelas dúvidas e cada vez mais convencido de que as certezas apenas congelam o tempo. Quero continuar aprendendo constantemente. Acho um saco as pessoas que têm fórmula para tudo. Insuportável mesmo. Prefiro muitas vezes ouvir você gaguejar do que passar arrogância no que você fala. Um pouco de semancol não faz mal a ninguém. Avalie suas atitudes sempre que puder, isso no mínimo vai fazer com que você tenha certeza de que está acertando ou proporcionar alguma mudança. Observe melhor o seu espaço no mundo e perceba que você pode estar pisando no sapato de alguém. Tente ser gentil ao máximo, usando todas as suas forças, depois você verá que fez a melhor escolha. Acordei querendo colocar as coisas em ordem... Tentarei.
Bjus
Imagem: encontrada no endereço
http://profidencias.blogspot.com/2004_12_01_profidencias_archive.html

domingo

Amo


Tenho absoluta certeza que sentiria saudades suas mesmo que não lhe conhecesse. Acho que é algo bem próximo do que se costuma entender por saudade do futuro. A sua presença é vital para mim, inclusive quando não estamos nos vendo. Fico na expectativa de saber seus movimentos, atuações, questões da vida. Tudo me importa e quero que você esteja bem. Tem noção de quantas vezes ao dia essa minha cabecinha boba pensa em você? Mais do que você pode imaginar, sem dúvida! Talvez isso não queira dizer muita coisa, mas, de algum modo reflete um sentimento bom que cultivo por você. Olhe, não vá pensar que sou um psicopata, é bem diferente, apenas amo. Estou registrando isso virtualmente, caso tivesse uma árvore aqui, talharia na madeira.
Bjus
Foto: encontrada no endereço
www.wiccaverna.zip.net

Ó paí, ó


Almodóvar traz em seus filmes muito mais que cores, acho que por isso gosto tanto dele. Pensando em cores, não há como não relembrar Amarelo Manga, em que Cláudio Assis em filtrou as cores de um Recife amoral. A Monique Gardenberg fez também a sua aquarela em Ó pai, ó, retratando muitas das cores do Pelourinho e de uma vida marginal. Não dá para dizer que o filme é um drama, tampouco uma comédia. Acredito que talvez possa se dizer que é um musical. Mas, é meio indefinível. Na verdade, o filme é bom que só e priu! Wagner Moura muito bem e o Lázaro Ramos também. Caetano, tu é foda! Que trilha sonora boa danada. Dava vontade de dançar dentro do cinema. Um filme digno, que não se propõe a ser mais do que o que realmente é. Frases impagáveis, como eu não sou robô para comer pilha mostram uma linguagem popular real e sarcástica, muito característica do nordeste. Personagens interessantíssimos como Neusão fazem você ver que o mundo, por mais igual que ele possa se apresentar, ele é muito difernte. Ri muito, chorei e lembrei dos ecos do carnaval baiano. Quero ver novamente.
Bjus
Foto: encontrada no endereço
http://www.francisphan.com/brazil/pages/15%20Pelourinho.htm

segunda-feira

Terreiro


Para se fazer algo, tem que se fazer com propriedade! Fui ao show da Rita Ribeiro, gostei muito e percebi que ela sabia o que estava cantando e a que estava se propondo quando decidiu cantar e gravar aquelas músicas. A maranhense fez o show do CD Tecnomacumba. Assistindo ao espetáculo, muitas informações passavam por minha cabeça, que tentava se concentrar naquela exorbitante quantidade mundos que saltavam daquela voz e daquelas canções. Pensei no Zeca Baleiro, na Alcione, no arroz de cuxá [que eu nunca comi, mas, tenho a maior vontade], nas radiolas, no guaraná Jesus e fiquei tentando contextualizar a Rita nas referências que eu tinha do Maranhão. Lembrei, inclusive de Joaquim, amigo de infância, que nasceu em Codó - MA, cidade conhecida como capital da macumba. Talvez a cantora tenha como referência os som dos tambores daquela cidade. Acredito, com muita convicção, que um bom trabalho artístico só tem realmente lastro se quem o desempenha sabe o que está fazendo. E ela sabia de tudo! Muitas daquelas músicas tinham palavras das quais o significado eu desconheço, mas, que em termos de sentimento e energia, faziam com que a platéia reagisse em alegria a todo registro vocal que ecova no Teatro Rival. Não sei se aquilo tudo é macumba ou se é tecno, o que em verdade pouco me importa, agora não tenho como não mencionar que a mim me pareceu apenas lindo. Parabéns, Rita.
Bjus
Foto: encontrada no endereço
http://www.biscoitofino.com.br/bf/art_cada.php?id=166

terça-feira

Deliciosos pecados aos quatro ventos


Assistimos [eu, Telminha e Giselle] ontem a Pecados Íntimos e gostamos. Principalmente do que, depois, pensamos e discutimos. Eu particularmente gostei do filme pela idéia não defender nem o machismo nem o feminismo, mas, por deixar cheia de possibilidades a existência. Desejar, mesmo que o fracasso seja conseqüência. O filme é vendido, em sinopse, como a história de um casal de amantes que, durante o dia cuida dos filhos e se dá ao desfrute em tórridas investidas sexuais. Eles fazem isso, sim, mas, nas entrelinhas outras coisas importam e chamam à atenção. Assim, o aspecto psicológico emerge de forma interessante. Acho que ali se descreve dependência emocional, acomodação, desejos reprimidos e infelicidade. A conclusão possível em minha leitura do filme passa pela frase dita pelo Fidel Castro a Leonardo Boff, que diz haver momentos na vida em que para continuarmos os mesmos temos que mudar. A questão sexual é latente no filme e, apesar de boas cenas de sexo da Kate Winslet com o Patrick Wilson, elas não chegam a excitar. Aliás, frise-se que todos os persongens do filme têm, de alguma forma, exibidos os seus sexuais pecados íntimos, entretanto, somente o casal de protagonistas vai às vias de fato. A tensão que nos prende ao filme fica por conta dos desejos idealizados em confronto com o que é meramente possível. Bom filme para você avaliar seus pecados de poder e sexo dentro do(s) seu(s) relacionamentos.
Bjus
Foto: Noah Emmerich, encontrada no endereço
http://adorocinema.cidadeinternet.com.br/filmes/pecados-intimos/pecados-intimos02.jpg

domingo

Tertúlia


Num indefinido dia de sol e chuva, no qual confraternizamos a vida, Lente de contato de Peixinhos* abriu as portas do seu lar para os amigos. A folia no sense foi participada por mim, Telminha, Giselle, Marcelo, Aurélio e Maria. O cozinheiro Marcelo alegrou nossas papilas gustativas num cardápio de camarões, lulas e peixe. O ceviche estava fantástico! O azul de Isaar embalou o nosso falatório, inclusive nosso incansável repertório de besteiras. Paladar e audição foram azeitados, fazendo da mesmice, algo excitante. Obrigado aos anfitriões.
Bjus
* Peixinhos, bairro olindense onde existe uma feira popular com o mesmo nome
Foto: capa do CD Mais Além, encontrada no endereço
http://www.fabricaestudios.com.br/estudio/site/estudio/fotos/artista/Gisele.jpg

quarta-feira

Inverno


Tenho colocado reparo no mundo, mas, está tudo muito turvo, muito incerto. Não sei o que vejo, muito menos o que quero ver. Não sei se estou, não sei se vou, não sei se fui. Onde quer que eu me coloque, eu, realmente, não estaria. Imutável e hostil lugar. Concluo que se soubesse de algo, caso tivesse alguma certeza, estaria morto. Continuo adorando as dúvidas. Essas me mantêm em desafio, são importantes para a alegria de viver e aplacam o frio.
Bjus
Foto: encontrada no endereço
http://www.coluna-da-sal.com/imagens/agosto_04/iagosto04.htm

sábado

Onde está o seu super herói?


Uma morte [assassinato ou suicídio], um mundo glamuroso e alguns fracassados tentando ter experiências de sucesso no cinema da década de 50. Esse é mais ou menos o caminho por onde se desenvolve Hollywoodland. O filme conta a história de um ator [Ben Affleck] que viveu o super homem em série televisiva nos Estados Unidos, o qual se sentia frustrado e jamais conseguira sucesso em suas investidas cinematográficas. Mostra ainda os romances que teve e tudo que fez para conseguir o sucesso. O diretor deixa em aberto o modo em que se deu a morte ou suicídio do ator, dando três possíveis versões. Nada disso importa. Algo maior existe ali. O investigador particular [vivido por Adrien Brody] é um ser humano errante. É um fracassado afetivamente, como pai e profissionalmente, que tenta acreditar em algo. O filme retrata um universo masculino muito interessante: dois homens [Affleck e Brody] sensíveis, confusos e fracassados. O que mais gosto no filme é a idéia da conquista de um espaço de pai [Brody] junto ao filho. Na verdade, uma tentativa de ser herói, um modo de superação, uma maneira de se mostrar preocupado e amoroso, mesmo com todas as contradições. As atuações de Brody e Diane Lane são espetaculares, aliás, o elenco é bom. Bom filme para quem pensa em ser herói de alguém!
Bjus
Foto: encontrada no endereço
http://adorocinema.cidadeinternet.com.br/filmes/hollywoodland/hollywoodland-poster02.jpg

quarta-feira

Procure um advogado!


Com orçamento de U$ 120 milhões, que bom que o Motoqueiro Fantasma não é um filme cabeça. Poderia até ser, mas, acho que ele retrata o quadrinho mesmo. Divertido e com bons efeitos especiais. Uma interessante atuação do Nicolas Cage, que se mostra medroso e angustiado, dando ao personagem um quê de humano. O motoqueiro fez um pacto para proteger seus entes queridos, tendo ofertado a sua alma. O que ele não sabia é que teria que ser o justiceiro de Mefisto. Ou seja, o cara não leu o contrato direito e teve que arder em chamas para pagar seu débito com as forças do mal. Bom, Johnny Blaze (o motoqueiro) não cumpre direito seu contrato não, aproveitando para salvar a vida de inocentes, virando, em verdade um herói. É previsível, sim, mas, não deixa de atender ao que se destina. Filme para as horas de não pensar.
Bjus
Foto: encontrada no endereço
http://adorocinema.cidadeinternet.com.br/filmes/motoqueiro-fantasma/motoqueiro-fantasma01.jpg

Quase


Uma voz muito bonita, um repertório escolhido para agradar, simpatia esbanjada, mas, o show não emocionou. Assim foi o show da Mariana Aydar ontem na Modern Sound. A menina (ela é bastante jovem) tem um vozeirão de gente grande, fiquei encantado. Entretanto, o que aparenta é que ela apenas vestiu o figurino, decorou as músicas, mas, não se embebeu das mesmas. Sabe o I-pod, que você escolhe tudo o que quer bem direitinho e no qual não ocorrerá nenhuma surpresa? Foi assim que me pareceu o show. Avalio que a cantante não esteja sendo bem assessorada. Acho que disseram assim para ela: Faz isso que vai dar certo. Faltou perguntarem se aquilo realmente tocava a alma dela, porque a minha não fora de nenhum modo molestada. Ela pegou músicas de Chico César, Rodrigo Amarante, Lecy Brandão, mas, ela não tinha nada a ver com aquilo. Não estou querendo ser ferrenho com a moça, muito pelo contrário, gostaria de encontrar algo que pudesse fazer daquela apresentação algo mais significativo. Diferente da produção do show, a qual parecia estar trabalhando no primeiro show da amiga, estando visivelmente nervosos e andando de lá para cá no meio da platéia. Parecia que algo muito sério iria ocorrer a qualquer momento. Pareciam querer mostrar serviço quando não havia nada para ser reparado. A parte mais interessante do show, para mim, foi quando ela cantou Vai Vadiar, do Zeca Pagodinho. Os arranjos e a interpretação foram muito legais. Infelizmente, o restante do show deixou a desejar, mas, a bela voz da Mariana ficou guardada em minha memória. Acredito realmente no potencial da cantora e esperarei novos trabalhos.
Bjus
Imagem: encontrada no endereço
http://www.meninaindecisa.blogger.com.br/

segunda-feira

O que você coloca em sua cabeça?


Hoje acordei cedo, por volta das 6:30h da manhã, tomei o meu banho e fui ao supermercado comprar algumas coisas para manter a sobrevivência física e fui à banca de jornais, para tentar criar uma sobrevivência mental. No supermercado, conversei com o açogueiro para que ele tirasse toda a gordura da carne. A funcionária do caixa conversava comigo, reclamando que não tinham vindo repor suas sacolas e que, ao embalar minhas compras, iriam acabar. Na banca de jornais e revistas, a atendente sequer olhou para mim. Em casa, li a revista e o jornal. Todo esse relato acima se dá em decorrência de ter assistido na úlitma quinta-feira o espetáculo O Mundo dos Esquecidos, texto da Adriana Falcão. A idéia do texto é a seguinte: sabe tudo aquilo que vira passado em sua memória, como por exemplo, o papo com o açougueiro, com a atendente do supermercado, ou o seu vizinho que lhe deu bom dia no elevador? Ela defende a idéia de que tudo isso fica guardado em um lugarzinho do seu cérebro, o qual ela nomina com o título do espetáculo. O interessante é se perguntar qual a importância que damos para esses fatos corriqueiros que, de forma clara ou não, ocupam algum lugar na nossa memória. Na peça, esses fatos e personagens ficam presos e, em alguns momentos, até interagem entre si. Talvez a questão seja que nós presentificamos em nossa memória coisas irrelevantes. Em alguns momentos, ruminamos por muito tempo experiências ruins, raivas e angústias, mas, aos fatos do dia-a-dia, que até são agradáveis, o mundo dos esquecidos , é a sua destinação. No espetáculo, atenção especial para a interpretação da Gisele Fróes. Esta ficará gravada com muita facilidade em minha cabeça. Agora, mudando de assunto e falando da mesma coisa, você lembra dos seus últimos votos em eleições, ou eles estão junto com a sua cidadania e dignidade, no mundo dos esquecidos?
Bjus
Foto: encontrada no yahoo imagens

quinta-feira

Eu nasci lá e você não conhece?


O povoamento do município de Itapetim, em Pernambuco, se deu por volta de 1885. Nessa época, acredita-se, o Senhor Amâncio Pereira, deu início à construção das primeiras casas. Graças ao seu esforço e espírito empreendedor fora se organizando uma feira e a primeira casa de comércio, fato que marca a evolução do povoado. Em 1890 foi erguida uma capela em homenagem a São José do Egito e coube ao padre José Gomes a celebração da primeira missa. Posteriormente, outro templo mais amplo foi construído (1914) com a finalidade de acomodar maior número de fiéis. O primeiro nome da povoação foi Umburana, em virtude da existência de uma árvore de igual denominação na localidade. Posteriormente, passou a ser conhecida como São Pedro das Lajes. O terceiro nome foi Itapetininga e, finalmente, em 1943, pelo decreto lei nº 952, passou a ser Itapetim. A cidade está localizada no Sertão do Pajeú, próximo da divisa entre Pernambuco e Paraíba. Algo que marca muito a cidade, são os seus poetas que se destacaram em desafios de repentes.
Estudos do campus avançado da Itapetim University afirmam que a poesia é difícil de se ler; de se fazer, nem se comenta, mas, de apreciar é sempre bom!
Saudade é um parafuso
Que na rosca quando cai,
Só entra se for torcendo,
Porque batendo num vai
E enferrujando dentro
Nem distorcendo num sai.

Saudade tem cinco fios
Puxados à eletricidade,
Um na alma, outro no peito,
Um amor, outro amizade,
O derradeiro, a lembrança
Dos dias da mocidade.

Saudade é como a resina,
No amor de quem padece,
O pau que resina muito
Quando não morre adoece.
É como quem tem saudade
Não morre, mas adoece.

Adão me deu dez saudades
Eu lhe disse: muito bem!
Dê nove, fique com uma
Que todas não lhe convêm.
Mas eu caí na besteira,
Não reparti com ninguém.

Antônio Pereira de Moraes – O Poeta da Saudade
Meu gentílico, como o do poeta acima, é itapetinense!
Bjus
Foto: Igreja Matriz, encontrada no yahoo imagens.

Rabiscos


Estou escrevendo este texto para agradar a você. Aliás, para você. Não sei o que lhe dizer, pois, queria adivinhar quais as palavras que melhor se adaptariam aos seus ouvidos. Antes disso, envolvê-las em algo bem resistente para que pudesse soar suavemente durante muito tempo em seus tímpanos. Mas, sei que tudo isso que quero é impossível e improvável de acontecimento. Com pesar, lamento profundamente... Você pode até achar que estou carente ou apaixonado, e quero esclarecer que não é isso: mas, tenho que dizer que é um pouco disso também. Antes de julgar ou ficar imaginando qualquer outra coisa diferente do que estou sentindo, quero que se atenha apenas ao que você está lendo, palavra por palavra, tentando não interpretá-las, sob pena de perderem o sentido da simples escrita. Como na imagem acima, quero que você leia estas palavras com as cores que elas têm, sem "misturar as tintas". Posso dizer que você é a pessoa mais linda do mundo e que o nosso encontro sempre foi, por mim, esperado. Tenho tanto para lhe falar, para aprender, para questionar... Fico, no meu Fantástico Mundo de Bobby* imaginando como seria maravilhoso estar cada vez mais ao seu lado. Espero paquerar você novamente, bem ao meu modo, ao longe, observando os seus movimentos e reações. Seu sorriso fácil, encantador e gentil dá sentido a estas palavras, cria outras e permite nova rotação para o girar do mundo.
Bjus intermináveis
*Bobby é uma personagem de desenho animado que usa sua imaginação para tentar compreender fatos da vida dos adultos.
PS: Ao concluir esse texto, vi que ele tinha elementos de Receita Para Lavar Palavras Sujas, da Viviane Mosé.
Imagem: encontrada no endereço
http://blog.uncovering.org/welcome_obvious.html

quarta-feira

Pequena Miss Borat


Sinceramente, responda a você mesmo: quais foram as suas derrotas? As minhas, algumas eu lembro, outras os mecanismos de sobrevivência mental fizeram que eu as esquecesse. Pergunto isso por ter assistido Pequena Miss Sunshine e Borat. Ambos filmes falam de trajetórias de vidas e do modo americano de se viver. Os filmes são pesadamente divertidos. Os atores estão em perfeita sintonia e foram apropriadamente competentes. Impressionante a afinação de elenco, roteiro, direção e talento das duas películas. No primeiro, o fracasso da família é recompensado por algo maior, que é a união deles. No outro, o "sucesso" do repórter compensa o fracasso da mediocridade americana. Em Miss Sunshine, eu saí vivo do cinema, diferente de Borat, que fiquei envergonhado. Enquanto em um filme via-se a tentativa de se lutar por algo em prol do bem daquela família, no outro, escatologia, ridicularização, desrepeito com os outros, numa tentativa de desvelar a américa como grande nação ridícula. Em Sunshine, aquela ficção me remeteu às fábulas verdadeiras, onde os finais não eram tão felizes. Borat me remeteu, guardando-se as proporções, a um Casseta e Planeta bem elaborado e com todo o dinheiro de Hollywood. Não consigo dizer com clareza se gostei de Borat, mas, não receio em afirmar que Pequena Miss Sunshine é fabuloso, mas, é fato que você sai com muitas dúvidas do cinema quando os assiste. O Sacha Baron Cohen é um desprendido e competente ator. A Abigail Breslin é o sol, não apenas o brilho dele. Retornando à minha pergunta inicial, concluo que tenho muito pelo que lutar ainda.
Bjus
Foto: encontrada no endereço
http://adorocinema.cidadeinternet.com.br/filmes/pequena-miss-sunshine/pequena-miss-sunshine-poster02.jpg

segunda-feira

Mentiras sinceras me interessam*


Algumas pessoas precisam ouvir mentiras, outras precisam falar e ainda há aquelas que precisam mentir para si mesmas. Santo Agostinho declara que Quem enuncia um fato que lhe parece digno de crença ou acerca do qual forma opinião de que é verdadeiro, não mente, mesmo que o fato seja falso. O que levaria uma pessoa a não falar a verdade? Será que se tem prazer mentindo? Bom, quem espera a verdade o tempo todo, pode se frustrar bastante. Eu me pergunto, às vezes, como poderia fazer para ajudar um mentiroso compulsivo a entender o seu problema? Nunca encontrei uma resposta para isso, mas, o tempo tem me mostrado que acreditar nessas pessoas e dar-lhes confiança, ajuda-os a ter mais segurança. Parece que se fortalece o ego, a auto-estima, acredito. Temos um comportamento que marginaliza os mentirosos e, portanto, não acredito que isso traga alguma ajuda. Acho que o mentiroso tem muito medo e recriminá-lo de forma errada pode prejudicar esse comportamento ainda mais. Pensar o assunto em termos bíblicos pode piorar a situação ainda mais, pois, João falou que O diabo é o pai da mentira (João 8:44). Assim, o mentiroso é um dos filhos do diabo. Eu já menti bastante e continuo mentindo. Tem horas que acho necessário e pertinente, outras, acho divertido. Não tenho nenhuma intenção em enganar ou prejudicar ninguém, mas, acho que podemos acreditar, porque não, nos mentiros. Afinal de contas, não sei quais são as suas verdades, mais ainda, não sei quais as verdades que querem ouvir. Vou terminar esse texto, pugnando pela minha incansável campanha para pensarmos em ser mais tolerantes com as diferenças e fragilidades dos outros, inclusive dos mentirosos.
Bjus
Foto: encontrada no endereço
http://www.noticias.com/articulo/20-10-2005/francisco-dancausa-ruiz/atraccion-mentira-y-politica-4mf7.html

* Estrofe da música Maior Abandonado, Cazuza e Frejat

sábado

Abobalhando mais ainda


Linhas Aéreas 11 de Setembro, Clínica de Aborto Feto Feliz, Funerária Vim Te Buscar. O que leva você ao riso? Humor tradicional, negro, infantil? Eu tenho dificuldade para rir de piadas, mas, acho ótimo que alguém ria delas. Tenho uma certa predileção por idéias com humor negro que sejam engraçadas que ocorram com uma certa naturalidade e não decoradas, pois, para mim, perde a graça. Mas, ultimamente, aprendi a rir de mim mesmo e acho uma das coisas mais engraçadas que se pode acontecer. Às vezes eu sou capaz de falar certas coisas que depois eu começo a rir por não saber de onde eu tirei aquilo. Sabe quando uma criança muito pequena, teoricamente, não está entendendo nada que está acontecendo e fica rindo? Pois bem, me sinto meio assim. Acho que tou ficando menino novamente.
Bjus
Foto: encontrada no endereço http://www.flogao.com.br/dolfo94

O balanço da rede


O esmagado espaço compreendido entre o desejo e o momento em que as coisas se afiguram, nos oprime intensamente. É uma verdadeira prensa que nos aperta para o desespero, esperando o nosso grito para ver qual o nosso limite ou nos dar a clara sensação de impotência. Aliado a tudo isso a mania de aumentarmos a nossa dor. Parece que o mundo vai arder em chamas e você será o primeiro a ser queimado. Sabe aqueles últimos cinco minutos de um filme de suspense, onde o vilão será morto, mas, o mocinho ainda apanha que só? É essa a sensação em que se desenvolve o desespero diante de nossos objetivos. Mas, devagar, o tempo mostra que não é bem assim, não! Aliás, que pode ser muito pior! (ahahahhaah, não consegui perder a oportunidade da piada). A vida ensina a se ter paciência e obstinação, mas, a retroceder em determinados momentos. Nos ensina o tempo todo, em verdade, mas, acho que não aprendemos a aprender: o nosso ego dita regras e coordenadas que não nos levam a qualquer lugar que não o do desespero. Aprender a aprender tem sido um modo de viver experenciado. Não sei se esse modelo lhe serve, mas, fica a reflexão. Arme a sua rede e balance aos poucos, sentindo a brisa e observando o tempo.
Imagem: encontrada no endereço
http://broceliande-leblog.blogspot.com/2005_02_01_broceliande-leblog_archive.html

Isso não é uma poeira é uma avalanche!


Apesar de opniões familiares contrárias à amizade, sempre me mantive persistente na empreitada de conquistar e manter meus amigos, mesmo com os desentendimentos que ocorrem nessa relação fraterna. Bom, vasculhando minha caixa de e-mail, encontrei esse texto que um querido amigo escreveu para mim há algum tempo. Obrigado pela amizade e gentileza do texto, Efrain.
"Olhar a poeira por exemplo. Não como um todo indiviso, nuvem opaca e indistinta. Mas Olhar detidamente cada uma de suas partículas suspensas no ar [e também o espaço exíguo que separa umas das outras], identificando o que não é notável ao senso apressado e comum. Mais ainda: não somente decompor em partes o que se apreende tantas vezes como inteiro, mas ascender ao fato que é da percepção e do quase impalpável que se engendra, num processo não consciente de cognição, a percepção do que é relevante e visível"
Homerinho, essa foi a maneira que achei de começar falando sobre o texto do casamento que você me enviou. Quando encontrei o Moacir dos Anjos [Recife], conversemos bastante tempo sobre um texto que ele escreveu recentemente sobre a Artista Rivane Neuenschwander. Falei sobre a importância do trabalho de alguns artistas em minha vida. Sempre achei que o verdadeiro artista é aquele que nos revela e muda a percepção das coisas e da vida com gestos muito simples. Em uma entrevista para um jornal em BH, sobre a minha mostra em uma galeria, ao ser questionado a respeito da nova produção mineira, citei o trabalho da Rivane como um trabalho que me interessava particularmente. O jornalista perguntou as razões pelas quais a obra dela me interresava tanto, e eu respondi: por que ela nos leva a olhar para as coisas mais banais e cotidianas, potencializando-as e tornando-as novas outra vez. Como olhar a poeira por exemplo. Coincidentemente esse é o título do texto que o Moacir escreveu no catálogo dela, numa recente mostra no MAMAM/Recife. Bem, o que eu quero dizer com tudo isso é que quando você leu aquele texto para mim, sobre as pessoas e sua experiência no vôo de ida para SP. Tive a nítida sensação de estar vivenciando um desse momentos tão incrives e reveladores, que só os artistas verdadeiros conseguem despertar. O mesmo ocorreu ao ler o texto que você me enviou recentemente. A primeira vez que vi um trabalho do artista alemão Anselm Kiefer, havia um trabalho que era uma pintura de um viaduto. A partir desse momento nunca mais olhei um viaduto que não me remetesse ao Kiefer. Também acho que as minhas viagens de avião e os casamentos nunca mais serão simples viagens nem os casamentos festas banais
bjs

Bom, o texto de Efrain me emociona muito, é claro, dentre outras coisas, por ser elogioso e estimulante. Repita-se, muito obrigado.
Bjus
Foto: Da série Lázaro, Exposição Éden do Artista Plástico Efrain Almeida

Fim de confete


Como diria Doutora, os amores de carnaval são como fogos de artifício, intensos no início mas, de perene fugacidade. Claro que existem exceções, sem as quais não poderiam existir as regras. Esses amores são assim mesmo e, portanto, perfeitos. No meio daquela folia, olhares, paqueras, beijos, desejos, fantasias... É muito bom e nos dá certeza e um prazer intenso em viver e se sentir bem. Cantadas baratas e umas duas latinhas de cerveja ajudam muito a ter boas experiências, ou, simplesmente ficar observando o movimento de caça dos outros e se divertir bastante com isso. É muito bom ver como os outros paqueram e se deixam paquerar. Tem gente que é facinha, facinha e tem gente tão amarga que nem giló. No final das contas, seus olhos brilham que só, sua cabeça fica cheia de fantasias, mas, o carnaval passa e dele resta essa saudade, a qual clama para que ele retorne o quanto antes. Os melhores sabores talvez sejam muito rápidos e intensos mesmo, nos deixando a possiblidade de reconhecer aquele prazer e relembrar o quanto já fomos felizes.
Foto: encontrada no endereço http://fogosblaster.sites.uol.com.br/

quinta-feira

Tá acabando...


Retomando às minhas atividades blogueiras após a folia, quero, inicialmente, registrar os meus protestos por estar acabando o carnaval: tenho disposição para mais quinze dias! Mas, até domingo ainda dá para tertuliar. Na sexta-feira de carnaval fui para um bloco, o qual eu não me recordo, mas, o final da noite foi na praia, tomando banho de mar com Telminha e Ricardo. Três aloprados e sem noção, mas foi muito bom! Noutro dia, fomos a um bloco chamado "Que merda é essa?! Um bloco de classe média alta, onde todo mundo era bonito, desde a moça que coletava o lixo até o vendedor de cerveja! Definitivamente, ninguém tinha cara de pobre ali! Ah, a sujeira do meio da rua era completamente higiênica. Um negócio fantástico e divertido. Esse bloco era meio contestador e a letra do samba deles era de protestos políticos, sociais e bem engraçados, como o recado que estava em uma das placas que um dos componentes segurava durante o trajeto do bloco: "Luftal para resolver o caso do gás boliviano!" Outro dia fomos ao "Bloco da Ansiedade, fundado no carnaval do ano que vem". Esse eu já conhecia e acho bastante divertido, vai um monte de pernambucano todos os anos, pois lá tem boneco gigante, frevo, orquestra, passista e um certa irreverência pernambucana. Ontem me diverti muito no bloco "Me beija que sou cineasta!". Outro bloco formado por muitos pernambucanos, mas, de um pessoal ligado ao cinema, como o próprio nome sugere. Tinha pouca gente, mas, suficiente para dar espaço para ninguém ficar se esbarrando, ou em empurra-empurra. Tava marcado para nove da manhã, saiu por volta das três ou quatro da tarde... Mas, a concentração estava muito boa! O percurso é bem pequeno, atravessa uma rua e para na praça em frente, lá todos entravam numa fonte de água e ficavam dançando e se refrescando do calor de matar que estava fazendo. Eita, ia esquecendo: quem me conhece um pouco, sabe do meu fanatismo pela Playboy e, por acaso, nesse bloco tinham vários famosos e famosas, dentre eles quatro mulheres que foram capa da revista. É uma bobagem, mas, foi massa! Por fim, domingo ainda tem o Monobloco que, acredito, vai ser muito legal! Olha, é uma pena que acabe tão rápido e ainda faltam mais de trezentos dias para recomeçar!
Bjus
Foto encontrada no endereço
http://atuleirus.weblog.com.pt/arquivo/2005/02/e_carnaval_2.html

Rua do Rio


A década de 80 deixou muitas influências e lembranças em minha memória. Dentre elas uma cantora e dançarina que chegara do exterior e emplacara o sucesso Preconceito, o qual ainda rendeu o Prêmio Sharp na categoria porp-rock. Comecei falando disso porque sempre lembro da estrofe que diz que "preconceito? não faz bem a ninguém..." Realmente, não faz! Essa semana, fui convidado a ir a um shopping em Del Castilho, subúrbio carioca. O argumento era tomar uma caipirinha com cachaça envelhecida de fabricação própria e local no Petisco da Vila. Pegamos o metrô e fomos eu e Telminha. Era perto das 18:00h e vi o que era um sistema de transporte coletivo lotado. Acostumado a passear pelas ruas da zona sul do Rio de Janeiro, comecei a experimentar o passeio pelo lado menos glamuroso da cidade. Ao mesmo tempo, comecei a ficar temeroso, pois, mudamos de trem e este tinha como destino final a Pavuna, o que me deixou mais apreensivo ainda. É fato de que a mídia nos deixa meio assim mesmo. Antes disso, saltamos na estação de Del Castilho que já para dentro do Shopping Nova América. Um novo mundo surgiu para mim! O espaço consumista era muito legal, mais até que alguns shoppings da zona nobre. Lá fui conduzido a uma ala chamada Rua do Rio; um paraíso! Vários botecos, todos muito arrumados, fartos e bem cuidados, ou seja, um lugar maravilhoso. Gostei muito do lugar, ainda mais quando a garçonete nos perguntou se sabíamos da promoção: era clone de caipirinha! Isso já deu uma incrementada na nossa disposição boêmia. Depois disso, uma parte da Escola de Samba Unidos de Vila Isabel passou desfilando pelo local, com direito a passistas, bateria e gente já em clima de carnaval. Reconheço o meu preconceito e o quanto isso pode nos deixar longe de coisas interessantes. Obrigado Telminha por me ajudar a me despir de alguns erros.
Bjus

quarta-feira

Vamos fazer uma corrente forte!



A foto ao lado é forte, mas, infelizmente, temos que mostrar. Esse é o tipo de coisa que a gente pensa que só acontece com os outros. O carnaval está aí, não custa ter um pouco mais de consciência e se prevenir para que cenas tão horríveis e pavorosas como essa não venham a acontecer com a gente. Durante o carnaval e, principalmente, logo após ele. Divulgue o máximo possível. Para familiares, amigos, vizinhos, colegas de trabalho. Vamos fazer uma corrente forte!
Obrigado, Alberto.
Foto: não encontrei os créditos, desculpem.

segunda-feira

When I Fall In Love*



Quero falar de paixão, pois ontem assisti novamente a Johnny e June. Alguns estudiosos afirmam algumas coisas ruins sobre a paixão, o que não interessa discutir ou ponderar nesse momento. Quando foi a última vez que você se sentiu apaixonado? A última vez que me senti assim, parecia um carnaval no meio do "Galo da Madrugada", onde você atravessa a Avenida Guararapes de um lado para o outro sem tocar no chão, sendo conduzido à sua revelia pela multidão. Bom demais, mas, no outro dia você está todo dolorido. Digo logo, não vou mentir! Sou daqueles que preferem pagar o preço das dores da paixão do que viver a apatia. Isso faz com que você engorde e beba "pracarai"! Mas, mesmo com a caristia, pago o preço. Sinto a vida mais interessante. Sabe quando alguém relata as experiências com substâncias alucinógenas? Dizem que vêem mais cores nas coisas, conseguem sentir na pele os efeitos de um som, ficam com a auto-estima em um nível de conforto que alenta a alma, etc... Minha droga é a paixão! Ou melhor, sinto esses efeitos quando estou apaixonado. Voltando ao filme, é bem legal e, já que se trata de uma biografia interessante, nos comove. Realmente não conheço os personagens principais como cantores, o que me resta então é entrar na experiência do sentimento vivido por eles. Acho tudo aquilo muito lindo. Você termina de assistir ao filme e pergunta a si mesmo: Será que alguém já cheirou uma lança-perfume, tomou um porre ou, (agora eu apelei), bebeu uma vitamina de banana, por sua causa? Efetivamente, isso pouco importa. Acho a paixão um sentimento de única via, ou seja, independe do outro corresponder. Apaixone-se, mas, lembre-se de voltar ao mundo real sempre. Você aprende muito com essas experiências e aproveite que é carnaval, verão, férias, beijo de boca, sexo, carinho, novas amizades, novos amores, boas histórias.
Bjus
Rê, o caminho é esse: M-O-N-O-B-L-O-C-O, que beleza!
When I Fall In Love, Nat King Cole.
Foto: encontrada no endereço

sexta-feira

Boas novas


Cinco boas visões de vida sobre a vida.





Foto: encontrada no endereço

A viadagem no futebol



Nos últimos tempos, assistir futebol tem sido uma desculpa constante para encontrar com os amigos e tomar uma cervejinha. Caso eu diga que é mais do que isso, estarei mentindo. Já passei do peso e da idade de ir a estádios de futebol. Essa semana tentei assitir ao amistoso Brasil e Portugal. Gostei da camisa que o Dunga usava e não gostei do jogo, muito menos do placar. A grande surpresa para mim foi a repercussão nacional e internacional sobre a vestimenta do novo técnico da seleção brasileira de futebol. Ouxe, a galera tá prestando atenção nisso também? Será que o esporte em si já não chama tanta atenção? A não convocação de algumas estrelas que não jogam, apenas fazem mídia, a escalação que dá novas oportunidades, essas não deveriam ser as notícias? Até a filha do cara se lascou, pois, teria sido ela que sugerira a veste. Quem sabe isso não foi uma jogada de marketing para que essas grifes famosas comecem a patrocinar as vestimentas dos técnicos de futebol de modo mais evidente? Vai saber... Efetivamente, futebol não é mais um evento de paixão, mas, sim de movimentação financeira. Muitos estilistas famosos fizeram os uniformes de muitas seleções que participaram da úlitma copa do mundo. Os jogadores de futebol acabam virando modelos em muitas campanhas publicitárias, legal né?! Deixem o cara vestir a roupa que quiser. Que baitolagem é essa? Que queijo!
Bjus
Foto: encontrada no site

quinta-feira

Vamos brincar de levar o carnaval a sério: ele já começou!


Impossível já não estar na expectativa para o carnaval! O carnaval da Bahia, o do Rio de Janeiro e o de Pernambuco são todos muito legais. Mas, o melhor de todos é aquele em que você se diverte, seja com um amor de carnaval, seja com a farra com os amigos, seja pela cultura popular, ou por tudo isso junto. Sempre achei incrível o Galo da Madruga, em Recife, conseguir reunir mais de um milhão de pessoas e sair quatro feridos. Imagine a cena: mais de um milhão de pessoas, mais de 70% alcoolizada e com outros estimulantes extras, um calor infernal, com um espaço confortável para umas duzentas mil pessoas, no máximo, ou seja, um empurra-empurra desgraçado. Bom, visualize um milhão de ingleses fazendo a mesma coisa: impossível! Esse senso organizado de desordem, acredito, aperfeiçoamos com o tempo. Paradoxalmente, em relação ao nível de loucuras, bebidas e liberdade desenfreada, acho que é a época menos violenta do ano. O respeito pelo carnval, deve ser maior do que o que destinamos para o cumprimento de algumas regras sociais. Mas, somos assim mesmo e não tem porque ficar nos comparando a outras populações do mundo. Carnavais pagos, carnavais gratuitos: escolha o seu e debande. Para onde quer que você vá, aproveite muito a folia momesca, qualquer que seja ela.
Foto: imagem encontrda no endereço

segunda-feira

Feijão


O medo de morrer de fome me apavora e eu me desespero! Acho que essa frase traduz a atitude minha e de Telminha em fazer um feijão ontem para sete pessoas quando, na verdade, daria para alimentar umas quinze ou vinte. "Era comida que só a muléstia dos cachorros!" Em determinado momento, o desespero bateu e começaram a ligar para os amigos para ver quem não tinha almoçado e poderia ir fazer uma boquinha por lá. A idéia era fazer um feijão à moda pernambucana para apresentar aos amigos a iguaria: acho que ninguém comerá feijão pelos próximos doze meses. Estava uma maravilha, Telminha caprichou, mas, era muito feijão mesmo. Vejamos os ingredientes: 1,5kg de feijão, 1,7kg de carne seca, 700g de paio, um repolho, abóbora, quiabo, alho, cebola, temperos em geral. De acompanhamento, um bom "bife de panela" com 2,3kg de chã de dentro, batatas inglesas e temperos em geral. Ainda teve 500g de farofa para "bater e entupir" qualquer estômago. Ainda levamos um kg de arroz, mas, ninguém teve coragem de fazer, pois, seria o excesso do excesso. A tarde foi alegre e com "sustança". A casa de Daniel e Renatinha deve estar cheirando a feijão ainda. Terminamos o dia dando uma volta pela praia da Macumba e Grumari, desta vez, para encher os olhos.
Bjus
Foto encontrada no endereço
http://www.bayoubrasil.com/recettes_2004_05.htm

sábado

In(queita)ções


A necessidade de mudar é necessária? Às vezes eu me cobro muitas mudanças e chego a ser implcável comigo mesmo. Apesar de estressante, acho legal ser assim. Alguém falou que a única coisa constante no universo é a mudança e acho que levo isso muito a sério. Entretanto, algumas coisas "estanques" são muito legais. Ontem fui assistir ao show da Selma Reis, cantando músicas já outrora cantadas por ela e por outros cantores. Ela fez um show sem nenhuma surpresa, sendo o mesmo vozeirão de sempre. Foi fantástico. Ali não precisou de mudança e acho que nunca vai precisar. Bom, mas, sabe aquela tia chata que sempre fala de coisas ruins e fica reprimindo todo mundo? Essa deve mudar, ao menos para mim, ela acaba sempre estragando o almoço do domingo ou qualquer programa. Quem nunca conviviu com alguém assim? Mas, voltando ao show, a Ursa Maior estava lá: Chico Buarque, Cauby, Ângela Maria, Milton Nascimento, todos grandes estrelas em um repertório de letras e músicas que a platéia já conhecia e fazia questão de entoar. Passo a pensar que gostar de algumas coisas que não mudam é um modo de se sentir seguro e deve ter lá o seu valor: mas, nem tanto ao céu, nem tanto à terra! Tentarei realizar a equação da mudança e da segurança, mas, sempre ouvindo e olhando as poéticas estrelas. Estávamos eu, Telminha, Gervásio e Cláudio. Foi um bom show, o qual merece ser assitido.
Bjus
PS: Texto em parceria com Telminha! Eba!!!!
Foto: imagem da constelação de Ursa Maior encontrada no endereço

sexta-feira

Lindo vôo


Como diria Holanda: "Você não leu os clássicos!" Pois, é! Realmente não li e me arrependo amargamente. Ontem fui assistir ao espetáculo teatral Gaivota - Tema para um conto curto, brilhantemente dirigido por Enrique Diaz. O espetáculo tem por base a obra a Gaivota (Anton Tchekhov). Nada está no lugar em cena, mas, tudo devidamente bem colocado. Eu diria que é a perfeição do caos. Não dá para falar especificamente de nenhum dos sete atores, pois, todos estão perfeitos no revezamento de papéis. A bem da verdade, em alguns momentos, parece que o espetáculo são sete monólogos concomitantes, com alguns rápidos e conflitivos diálogos: na Justiça do Trabalho chamaríamos isso de uma reclamação trabalhista individual plúrima. A iluminação, o figurino e, repita-se, a direção estavam "tout comme il faut". O aconchegante e despojado Teatro Poeira ajudou a compor o agradável programa. O Enrique Diaz não nos ensinou a voar como a gaivota, tampouco nos ensinou a manipular o inimaginável helicóptero com controle remoto, mas, sem dúvida, nos deixou suspensos no ar, sem chão para pisar. Um bom espetáculo que merece ser visto.
Bjus
Foto: encontrada no endereço
http://tudoparana.globo.com/fotografia/wallpaper.html

quinta-feira

Dona Léa estava certa!


Fui assistir ao espetáculo teatral A Alma Imoral, adaptado de livro homônimo, escrito pelo rabino Nilton Bonder. A adaptação e interpretação do texto é da atriz Clarice Niskier, muito boa por sinal. Ela começa conversando com a platéia a respeito de ter falado em um programa de entrevistas que se sentia uma judia budista e que recebera um fax de uma telespectadora (Dona Léa) dizendo que aquilo não existia, daí a idéia do espetáculo. O texto é sedutor, mas, cuidado: o judaísmo não é aquilo. O que mais se aproxima talvez seja o movimento reformista que defende a introdução de novos conceitos e idéias na vivência da religião judaica, adaptando ao mundo atual.Com relação ao budismo, que além de religião é um sistema ético e filosófico, este permite que os seguidores possam seguir normalmente outras religiões e não apenas o budismo. No espetáculo, o texto cheio de antíteses e paradoxos seduz o espectador pela relativização de muitas premissas religiosas, ou seja, assim fica fácil ter fé! Acho que o espetáculo agrada muito a quem está saindo de algum relacionamento ou está competindo espaços dentro da relação, relativizando, inclusive a traição. Ela pega elementos da pulsão de morte, estudada por Freud, para justificar os desvios celulares e da "alma". O que é muito interessante é a interação com o público: ela avisa que vai beber água em alguns momentos do espetáculo e que nesta hora a platéia pode pedir para que ela repita alguma parte do texto num verdadeiro exercício mnemônico. No meu perceber, mais desconfiado, um recurso para seduzir a platéia, pela carência das pessoas e vontade de ter alguém falando com elas; na percepção de Telminha, um recurso delicado que permite que as pessoas interajam com o ator sem ser aquela coisa agressiva de alguns espetáculos de comédia. O figurino é bem legal, um pano grande que ela faz várias vestimentas: saia, vestidos, burca, etc. É quase um São Paulo Fashion Week. A nudez é completamente pertinente, não sendo vulgar ou apelativa. Na peça tudo é tudo e nada é nada: o texto é sobre moral, mas, defende o contrário dela, o figurino não é roupa, a atriz bate um bom papo com o público: aquilo é teatro sem ser teatro. É o verdadeiro e inexistente judaísmo budista!
Imagem: encontrada no endereço
http://es.catholic.net/ecumenismoydialogointerreligioso/390/855/articulo.php?id=2166

quarta-feira

Pegue o seu casaco de frio: o verão chegou!


Eu não sei se acredito no que se fala a respeito de estarmos prejudicando a natureza com poluição, desmatamento, etc, ou se na verdade o que está acontecendo com clima é uma mudança natural, quem sabe a chegada de uma nova era glacial. Mas, já tem gente ganhando muito dinheiro com isso: nos Estados Unidos (sempre lá) existe uma campanha do ativista ecológico Al Gore para a venda de muitos produtos que não "prejudicam" a natureza. O capitalismo é vai ganhar o Nobel de ecologia! O lance é que desde o que o dia amanheceu hoje, qualquer indivíduo com pouca vitamina C e imunidade baixa já teria contraído alguma gripe. O tempo está parecendo uma porta: abrindo e fechando o dia inteiro e a noite também. Ah, ocorreram algumas ventanias também. Decididamente isto é não chuva de verão, ou seja, está meio estranho mesmo. Nos noticiários a frase do momento é que existe uma “zona de convergência” a qual estaria causando esses transtornos climáticos. Seja o que for, a minha solução vai ser pegar um casaco para ir à praia neste verão e começar a comprar sunga, bermuda, camiseta e muito protetor solar para o inverno.
Bjus
Foto: imagem encontrada no endereço
www1.folha.uol.com.br/fol/praia/index15.htm

Eu tinha 11 anos.




Eu fazia a quinta série primária quando ouvi falar dela pela primeira vez. Soube que tinha recebido o Troféu Caymmi por um show. Naquela época, eu, como morava em uma cidade que fazia divisa com a Bahia, tinha mais acesso a essas baianas informações. Depois surgiu o sucesso Uma História de Ifá, conhecida por todos como Elegibô. Lembro de um show dela que fui no Teatro do Parque, em Recife, no qual ela cantava músicas de Chico Buarque e Caetano: pense num show incrível. Bom, Margareth Menezes é um vozeirão danado, uma presença de palco fantástica e muito bem relacionada. Ontem fui ao show dela, os convidados eram, Ney Matogrosso, Zélia Duncan, Cláudio Zoli e Carlinhos Brown. Caso fosse somente ela, já seria muito legal. Agora, com os convidados foi uma noite fantástica no Circo Voador. Engraçado que algumas composições contêm palavras desconhecidas, aquelas que muitos baianos colocam em suas letras de alguma origem africana, mas, o importante é a energia de uma platéia comandada pela "Maga". Ela deitou e rolou com o público, ficou descalça, pulou na platéia: nos divertiu e se divertiu. Foi bom que só! Depois de 22 anos que eu ouvi falar dela, continua fantástica.
Bjus
Foto: capa do LP Kindala, de 1991. Gosto dessa foto inclusive por já ter visto nuns 3 filmes internacionais, compondo o quarto de alguns adolescentes. Encontrada no endereço

segunda-feira

Fim da era bigudinho



Depois de pouco mais de dois anos sem cortar o cabelo, todos os meus cachos foram violentamente dizimados. Precisei de muito tempo para tomar essa decisão: dois chopp's, muito calor e um ralo de banheiro. Ponderei tudo isso e resolvi cortar. Mas, foi uma decisão difícil, pois, por mais que "meu cabelo me odiasse", tinha uma relação legal com ele. Foi um tipo de experiência de liberdade vivida. O preconceito ainda é grande para quem foge dos padrões: ouvi muitos comentários sobre eles, tendo, algumas pessoas adorado e outras não. Bom, mas, foi apenas uma fase que passou. Agora, cortei o cabelo dentro dos padrões mais convencionais da sociedade, mas, quero avisar que vai ser apenas mais uma fase.
Bjus
Foto: encontrada no site

sábado

Estou me realfabetizando


Tem dias que escrever esse blog é tão chato quanto trocar um botijão de 20 litros de água: sempre inconveniente, mas, necessário. Acho que como a água, ele tem sido vital para minha existência, principalmente depois que novos conflitos passaram a transitar nessa minha cabecinha. Um deles em especial é o darwinismo literário. Os darwinistas literários tentam mostrar como diferentes autores revelam aspectos fundamentais da natureza humana - natureza, dizem, que pode ser influenciada por circunstâncias culturais e históricas particulares, mas fundamentalmente é inata e universal, pois foi moldada durante nosso processo evolutivo. Bom, não sei a quanto tempo isso existe e se estou desatualizado, mas, enfim, foi agora que isso chegou ao meu conhecimento. Acho que no dia 1º de Janeiro, pouco tempo mesmo. Estou fascinado em pensar nessa perspectiva. Essa nova (para mim) descoberta desestabiliza alguns conceitos que eu tinha sobre muitas coisas. Começo a ver uma nova perspectiva de mundo, um pouco menos romântica e, paradoxalmente, mais romântica, por ser legítimo e inato muito do que se pensa em termos dessa evolução humana. Passei a ter melhor clareza de que ler é um ato completamente individual e, portanto, deve ser cada vez mais cultuado e respeitado. Estou, na verdade, convidando vocês para lerem novos livros ou relerem, inclusive aqueles que você não gostou. Comecei o texto falando sobre escrever, mas, em verdade estou preocupado com a leitura que se tem de tudo que é escrito. Pensando assim, acredito que vai ser uma oportunidade para perceber o quanto mudou a minha maneira de ler e de me perceber outro. O Caetano, acaba sendo sempre uma referência para mim e, falando em leitura, lembrei da múica Livro* que diz "os livros são objetos transcendentes Mas podemos amá-los do amor táctil.
Bjus
* Trecho da música Livro, do CD do Caetano Livros que ganhou um Grammy
Foto: encontrada no endereço

terça-feira

Saco sem fundo



Quais as razões que nos fazem sentir o mundo do modo com sentimos? Quando pensamos sobre isso, ou procuramos estudar um pouco sobre o assunto, as respostas sempre transitam pelo lado da criação e experiências que tivemos. Reconheço a criação que me foi dada e também as experiências que tive, entretanto, apenas isso não me convence. Parece faltar algo: seria o divino? Mesmo tendo fé, ainda falta algo. O que é que falta? Pode parecer até loucura isso, mas, acho que não falta nada, apenas não aprendemos a lidar com a falta. Entendendo melhor, existe um espaço dentro da gente que é o lugar da falta, que vem a ser um espécie de juros de cartão de crédito que você nunca consegue pagar, mesmo que se esforce, sempre vai ficar devendo algo a você mesmo. Esse espaço é um saco sem fundo, um buraco negro e essa é a função dele: tentar preencher o impreenchível. Ontem à noite assisti a Transamérica, com a espetacular Felicity Huffman, que interpreta Sabrina Osbourne, ou siplesmente Bree. O roteiro do filme é bem interessante, nos fazendo refletir sobre uma operação de "mudança de sexo" e a descoberta da paternidade. A Bree termina o filme do mesmo modo que começa, ou seja, experimentando a falta, apesar de ter conquistado um monte de coisas no decorrer da trama: maturidade, complascência, fortalecimento do ego, um rápido apaixonamento e novas experiências. Tenho certeza que você tem a sua falta também, talvez seja mais discreto do que eu e não fale sobre ela. Apesar de ser importante o conviver com a falta, não esqueça de agradecer suas conquistas e de se parabenizar: seja generoso com você mesmo.
Bjus
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