sábado

Abobalhando mais ainda


Linhas Aéreas 11 de Setembro, Clínica de Aborto Feto Feliz, Funerária Vim Te Buscar. O que leva você ao riso? Humor tradicional, negro, infantil? Eu tenho dificuldade para rir de piadas, mas, acho ótimo que alguém ria delas. Tenho uma certa predileção por idéias com humor negro que sejam engraçadas que ocorram com uma certa naturalidade e não decoradas, pois, para mim, perde a graça. Mas, ultimamente, aprendi a rir de mim mesmo e acho uma das coisas mais engraçadas que se pode acontecer. Às vezes eu sou capaz de falar certas coisas que depois eu começo a rir por não saber de onde eu tirei aquilo. Sabe quando uma criança muito pequena, teoricamente, não está entendendo nada que está acontecendo e fica rindo? Pois bem, me sinto meio assim. Acho que tou ficando menino novamente.
Bjus
Foto: encontrada no endereço http://www.flogao.com.br/dolfo94

O balanço da rede


O esmagado espaço compreendido entre o desejo e o momento em que as coisas se afiguram, nos oprime intensamente. É uma verdadeira prensa que nos aperta para o desespero, esperando o nosso grito para ver qual o nosso limite ou nos dar a clara sensação de impotência. Aliado a tudo isso a mania de aumentarmos a nossa dor. Parece que o mundo vai arder em chamas e você será o primeiro a ser queimado. Sabe aqueles últimos cinco minutos de um filme de suspense, onde o vilão será morto, mas, o mocinho ainda apanha que só? É essa a sensação em que se desenvolve o desespero diante de nossos objetivos. Mas, devagar, o tempo mostra que não é bem assim, não! Aliás, que pode ser muito pior! (ahahahhaah, não consegui perder a oportunidade da piada). A vida ensina a se ter paciência e obstinação, mas, a retroceder em determinados momentos. Nos ensina o tempo todo, em verdade, mas, acho que não aprendemos a aprender: o nosso ego dita regras e coordenadas que não nos levam a qualquer lugar que não o do desespero. Aprender a aprender tem sido um modo de viver experenciado. Não sei se esse modelo lhe serve, mas, fica a reflexão. Arme a sua rede e balance aos poucos, sentindo a brisa e observando o tempo.
Imagem: encontrada no endereço
http://broceliande-leblog.blogspot.com/2005_02_01_broceliande-leblog_archive.html

Isso não é uma poeira é uma avalanche!


Apesar de opniões familiares contrárias à amizade, sempre me mantive persistente na empreitada de conquistar e manter meus amigos, mesmo com os desentendimentos que ocorrem nessa relação fraterna. Bom, vasculhando minha caixa de e-mail, encontrei esse texto que um querido amigo escreveu para mim há algum tempo. Obrigado pela amizade e gentileza do texto, Efrain.
"Olhar a poeira por exemplo. Não como um todo indiviso, nuvem opaca e indistinta. Mas Olhar detidamente cada uma de suas partículas suspensas no ar [e também o espaço exíguo que separa umas das outras], identificando o que não é notável ao senso apressado e comum. Mais ainda: não somente decompor em partes o que se apreende tantas vezes como inteiro, mas ascender ao fato que é da percepção e do quase impalpável que se engendra, num processo não consciente de cognição, a percepção do que é relevante e visível"
Homerinho, essa foi a maneira que achei de começar falando sobre o texto do casamento que você me enviou. Quando encontrei o Moacir dos Anjos [Recife], conversemos bastante tempo sobre um texto que ele escreveu recentemente sobre a Artista Rivane Neuenschwander. Falei sobre a importância do trabalho de alguns artistas em minha vida. Sempre achei que o verdadeiro artista é aquele que nos revela e muda a percepção das coisas e da vida com gestos muito simples. Em uma entrevista para um jornal em BH, sobre a minha mostra em uma galeria, ao ser questionado a respeito da nova produção mineira, citei o trabalho da Rivane como um trabalho que me interessava particularmente. O jornalista perguntou as razões pelas quais a obra dela me interresava tanto, e eu respondi: por que ela nos leva a olhar para as coisas mais banais e cotidianas, potencializando-as e tornando-as novas outra vez. Como olhar a poeira por exemplo. Coincidentemente esse é o título do texto que o Moacir escreveu no catálogo dela, numa recente mostra no MAMAM/Recife. Bem, o que eu quero dizer com tudo isso é que quando você leu aquele texto para mim, sobre as pessoas e sua experiência no vôo de ida para SP. Tive a nítida sensação de estar vivenciando um desse momentos tão incrives e reveladores, que só os artistas verdadeiros conseguem despertar. O mesmo ocorreu ao ler o texto que você me enviou recentemente. A primeira vez que vi um trabalho do artista alemão Anselm Kiefer, havia um trabalho que era uma pintura de um viaduto. A partir desse momento nunca mais olhei um viaduto que não me remetesse ao Kiefer. Também acho que as minhas viagens de avião e os casamentos nunca mais serão simples viagens nem os casamentos festas banais
bjs

Bom, o texto de Efrain me emociona muito, é claro, dentre outras coisas, por ser elogioso e estimulante. Repita-se, muito obrigado.
Bjus
Foto: Da série Lázaro, Exposição Éden do Artista Plástico Efrain Almeida

Fim de confete


Como diria Doutora, os amores de carnaval são como fogos de artifício, intensos no início mas, de perene fugacidade. Claro que existem exceções, sem as quais não poderiam existir as regras. Esses amores são assim mesmo e, portanto, perfeitos. No meio daquela folia, olhares, paqueras, beijos, desejos, fantasias... É muito bom e nos dá certeza e um prazer intenso em viver e se sentir bem. Cantadas baratas e umas duas latinhas de cerveja ajudam muito a ter boas experiências, ou, simplesmente ficar observando o movimento de caça dos outros e se divertir bastante com isso. É muito bom ver como os outros paqueram e se deixam paquerar. Tem gente que é facinha, facinha e tem gente tão amarga que nem giló. No final das contas, seus olhos brilham que só, sua cabeça fica cheia de fantasias, mas, o carnaval passa e dele resta essa saudade, a qual clama para que ele retorne o quanto antes. Os melhores sabores talvez sejam muito rápidos e intensos mesmo, nos deixando a possiblidade de reconhecer aquele prazer e relembrar o quanto já fomos felizes.
Foto: encontrada no endereço http://fogosblaster.sites.uol.com.br/