segunda-feira

Because I'm not thank you


Ela nasceu ao lado de uma Rosa. O negócio já começou bom. Ela é mais ou menos assim: de uma impaciência e objetividade sem tamanho. Se ela não gostou de você, lascou! "É pau para toda obra". Basta você pedir ajuda que ela chega rapidinho. Gosta de reunir os amigos, fica alvoroçada, mas, feliz. Já vivemos horas e horas de muita diversão. Ela me apresentou uma ruma de amigas fantásticas: incansáveis farristas! Já choramos juntos, mas, foram poucas as vezes. Achamos melhor rir, principalmente das nossas bobagens. Ela estava comigo no dia que o "Blue Thunder" (lendário carro que me pertenceu) pegou fogo. Você tem noção de quantos litros de álcool nós já ingerimos? Não queira fazer essa conta: é desesperador! Uma coisa que temos em comum é que somos anoréxicos! Com ela, coloquei em prática uma modalidade de imobilização, o "gancho de pr...". Sou padrinho do casamento dela que "subiu ladeira". Eu não consigo te entender e acho isso muito legal. Busco saber mais a cada encontro. Sei que eu sou um farrapeiro, mas, que você aceita um pouco, né? Amo você.
Bjus
Foto: Sandália Claudina Prata, uma homenagem a Guilherme, esposo de Mari.

E daí?


Hoje em dia você pode ser e ter tudo. Essa é a receita de felicidade que é divulgada a todos. Não é bem assim não. As coisas da vida nunca foram nem serão simples. Somos complexos e as fórmulas nem sempre se adequam para a conquista da nossa felicidade. Não tenho muita paciência para pessoas que têm uma fórmula para tudo e acham tudo muito simples. Elas não me acrescentam nada. Gosto daqueles, como Holanda, que um belo dia chegam na sua agenda, sem autorização e colocam a seguinte frase: "Se me contradigo? Pois bem, eu me contradigo: sou vasto, contenho multidões... (Walt Whitman)". Se fosse um babaca, colocaria uma piada do tipo: "Que Mário? Aquele que te ... atrás do armário!" Doutora Jub é um outro exemplo interessante. Ela, quando não tem uma resposta para uma discussão, deixa o espaço do silêncio para o outro pensar e repensar. Nem sempre se precisa dizer alguma coisa. Cadena tem o sorriso mais agregador da face da terra, é de uma leveza de espírito ímpar. O recém chegado Dedé, esbanja diplomacia e polidez. Menino direito, de família. Outras pessoas não citadas aqui têm muito valor também. O que quero dizer é que para cada um de nós existem possibilidades de sermos felizes, cada um ao seu modo, cada um ao seu tempo, cada um com o seu potencial, "cada qual com o seu cada qual". Não percamos tempo buscando uma felicidade vã. Temos valores incríveis. Infelizmente Charles Xavier não está por aqui para nos proteger. Nós, os mutantes.
Bjus
Foto: Cena do filme X-Man, personagem Charles Xavier, Patrick Stweart, direção Brayan Singer.

Mil novecentos e onze...


Eu tinha medo do Minotauro do Sítio do Picapau Amarelo. Eu escrevi para uma promoção do Babaloo. Eu usei kichute. Chupei muita cirigüela verde e manga "inchada" com sal. Comi muita tapioca. Eu ajudava minha avó a fazer pamonha (sempre tive um certo interesse por comida!) Aprendi bem cedo a oração de São Francisco de Assis. Acompanhei algumas farinhadas em Araripina. Entrei apenas uma vez no Rio São Francisco apesar de ter morado por catorze anos às suas margens. Atravessei a Ponte Presidente Dutra, que liga Petrolina a Juazeiro, caminhando com Joaquim. Roubei algumas uvas em parreirais com Sideny e Luíza e demos alguns "cavalos de pau" no Fiat Panorama dela. Fiz muitos amigos nessa vida. Eu e alguns amigos nos penduramos em um caminhão de lixo para voltarmos para o alojamento em Alcalá - não tinha mais ônibus e não passava um taxi. Fiz xixi no meio da rua em Paris e Buenos Aires - estava apertado, tinha bebido algumas cervejas e fazia frio - peço desculpas à humanidade por isso. Já pixei paredes com Joaquim, Candice, Clécia, Ângela e Rommel (não era grafiteiro, era pixador mesmo!), por isso, peço desculpas à humanidade também. Mas, já paguei por isso: na última vez que estávamos pixando, alguém viu e começou a gritar: pega ladrão!!!!!, pega ladrão!!!!!pega ladrão!!!!!. Bom, saímos correndo feito loucos, os cachorros da rua latindo, em suma, paramos por aí. Já dormi em várias mesas de bar. Eu tinha uma mochila de um plástico cor de rosa meio transparente da Benetton, simplesmente RIDJÍCULA!!! Dormi em pé num carnaval em Olinda, até hoje não sei como foi aquilo. Já peguei muito ônibus e kombi para chegar em Pipa. Muitas vezes esperava o dia clarear para voltar andando para casa onde quer que eu estivesse. Jamais alguém em toda a minha vida me chamou de normal. Gosto de ser assim.
Bjus
Foto: Antenas, uma crítica de Oliviero Toscani à falta de comunicação entre as pessoas numa época de muita tecnologia. Eu acho que o nome do fotógrafo era esse, se eu estiver errado, por favor, mandem o crédito correto.